E o Rio perde mais uma.....

Vai longe o tempo em que o setor turístico carioca era sinônimo de pujança, de desenvolvimento. Ao longo dos anos vimos a Fórmula 1 abandonar o autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá; o fim da Varig; empresas deixando o território fluminense rumo aos mais diversos destinos; o aeroporto de Guarulhos tornar-se o principal hub internacional do país; o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim - Galeão, na Ilha do Governador, ser sucateado; empresas como a Azul Linhas Aéreas ser empurrada para Viracopos, por uma tentativa de revitalizar o Galeão; companhias como a TAM suspender vôos diretos entre a Cidade Maravilhosa e cidades da Europa; e, agora, num momento em que a cidade se alegra com a revitalização de sua área portuária, uma das principais empresas de cruzeiros marítimos do mundo, o Grupo Costa, abandonar a capital fluminense.

O anúncio da empresa de que seu escritório no Rio de Janeiro será fechado em outubro, passando para São Paulo todas as suas operações, é mais uma perda considerável para o turismo fluminense. Tenho certeza de que seus navios atracarão na Praça Mauá, mas toda a sua programação de rotas passa a ter como base o porto de Santos. Novas rotas estão sendo pesquisadas para buscar regiões onde as taxas portuárias sejam menores e haja, ou possa ser criada, uma infraestrutura básica para a atracação dos navios. No Caribe algumas ilhas possuem terminais exclusivos, com lojas de jóias e souvenirs, além de uma série de serviços que possam levar o turista para regiões de real interesse.

Sei que o trade turístico deve estar buscando alternativas, mas é difícil entender que uma cidade que surfava como destino de mais de 40% dos turistas internacionais venha perdendo prestígio a cada dia. É hora de parar de pensar que o Rio é seu próprio promotor e um destino de sonho de milhões de turistas, já que sonhos podem ser transformados e promotores podem ser descartados. É hora de voltar a atuar no mercado e buscar soluções que tragam de volta os bons tempos do turismo fluminense. Temos um estado privilegiado em termos de praias, montanhas e belas cidades históricas que podem e devem fazer parte de um pacote maior. O processo de revitalização da cidade é para seu morador, mas ficará muito melhor se for associado a um novo espaço de qualidade para moradores e visitantes, capaz de reaquecer a cidade.