México, além dos “mariachis”

Grupos de "mariachis" cantam nos barcos por 100 pesos

Por Mario Teixeira

Conhecer o México é mais que sentar na Praça Garibaldi e ficar assistindo, nos finais de tarde e início da noite, o show dos grupos de cantores mexicanos, ou mesmo pagar 100 pesos mexicanos para os cantores de Xochimilco cantarem as tradicionais rancheras. O país arde em cultura, atravessado que foi por civilizações como os Teutihuacan, que surgiram em 292 A.C e desapareceram em 900 D.C, Astecas e Maias, entre tantos povos que contribuíram, e muito, para a construção do que são as Américas.

 Construída sobre um lago, atendendo a uma profecia do deus Huitzilopochitl (deus da Guerra, associado a um beija-flor), a cidade chegou a abrigar 400 mil habitantes quando chegaram os espanhóis. O lago possuía duas ilhas, onde os astecas construíram seu império e, através de canais e passarelas flutuantes, consolidaram sua cultura e seu poderia por cerca de 200 anos. Ao serem derrotados pelos espanhóis, tendo seus palácios destruídos e os principais ícones do poderia espanhol – sede do governo e igreja – construídos com as pedras da demolição.

A catedral metropolitana, que está afundando, assim como outros monumentos mexicanos

A ideia de aterrar o lago para a construção da cidade transformou a capital mexicana em área de terra podre. Com isso, juntando aos problemas de terremotos e vulcões, toda a região ficou instável e hoje é possível encontrar monumentos, como a catedral metropolitana na Praça da Constituição (conhecida como Zócalo, ou local onde se assenta a pedra fundamental) e a Basílica da Virgem de Guadalupe, que apontam cerca de um metro de desnível. No caso da Basílica, os engenheiros estão injetando concreto nas fundações regularmente, a fim de garantir a preservação do patrimônio.

Em contraste com os inúmeros monumentos que atravessam gerações, construções novas mostram uma cidade dinâmica e pujante, que quer ultrapassar os limites da história e mostrar-se como uma capital do novo milênio. Afinal, com uma população metropolitana de cerca de 20 milhões de habitantes e já tendo sido considerada uma das maiores cidades do mundo e também com os mais altos índices de poluição, a Cidade do México está investindo em políticas de redução de emissão de gases do efeito estufa, adotando o rodízio de veículos, utilizando ônibus híbridos e incentivando a adoção da bicicleta como forma de transporte em determinadas regiões.

O Museu Nacional de Antropologia guarda a história das diversas culturas que dominaram a região

Outra forma de preservar a cidade, através de sua cultura, o Museu Nacional de Antropologia, desenhado em 1963 por Pedro Ramírez Vázquez, Jorge Campuzano e Rafael Mijares, foi construídos em 19 meses. Com um estilo impressionante, com salas dedicadas a culturas específicas, além de pátio para mostra de elementos maiores, essa moderna construção resgata bem a cultura pré-colombiana. As esculturas de pedras originais, como o famoso calendário asteca, assim como a reprodução de habitações das principais culturas, torna o local uma aula de história “in loco”, desenvolvendo uma linha do tempo até os dias de hoje.

CAMINHANDO POR LAS CALLES

A sensação de segurança nas ruas da Cidade do México é completa. Principalmente nas áreas mais turísticas, como o Paseo da Reforma, Zona Rosa e o centro da cidade, onde podemos encontrar dois a três soldados em cada esquina. As casas de câmbio são janelas de casas comuns, onde o turista pode comprar até US$ 499, sem a necessidade de mostrar qualquer tipo de documento. A taxa de câmbio está em 13,75 (venda) e 12,60 (compra), para cada dólar.

Polanco possui espaços exclusivos, como o shopping Palácio de Hierro, que divide espaço com grandes lojas de grife

Além de shoppings e grandes redes de lojas, espalhados a cada quarteirão, as lojas de rua proliferam. No bairro de Polanco, um dos mais chiques da cidade, grandes lojas de grife, como Cartier, Audi, Salvatori Ferragano, entre outros, dividem um dos metros quadrados mais caros do México.

TRANSPORTES

O trânsito na capital mexicana é caótico, não apenas na hora do rush. Nas rotatórias (ou glorietas, como são conhecidas) o fluxo de veículos é intenso e, embora flua sem acidentes, possibilita cenas de temor para qualquer engenharia de tráfego do mundo. O sistema de ônibus se divide entre o sistema dedicado, com vias de trânsito rápido, como os de Curitiba, Transmilenium de Bogotá (na Colômbia) e o BRT do Rio de Janeiro, e os ônibus alimentadores.

Andar de táxi é relativamente barato e o Metrô possui 12 linhas, que cortam a cidade toda. No caso do Metrô, cuidado com os punguistas (batedores de carteira), já que durante todo o dia o número de passageiros é muito grande e as composições estão sempre abarrotadas. Os bilhetes de ônibus custam 2,95 pesos (pagos em moedas na máquina ao entrar) e o Metrô passou recentemente de 3 pesos para 5 pesos.

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