Aeroportos são gargalos para grandes eventos no país

Por Mario Teixeira

Galeão deverá ter novidades só para as Olimpíadas, em 2016 (Foto: Infraero)

Para aqueles que esperavam novidades no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão) antes da Copa do Mundo, a porta voz do Grupo Changi, vencedor da licitação, See Ngee Muoy, garantiu que não há qualquer possibilidade. O contrato de concessão por 25 anos, no valor de R$ 19,2 bilhões, deve ser assinado em março. O grupo, que fez parceria com a Odebrecht TransPort, assumirá o terminal no terceiro trimestre de 2014. A expectativa é de que a situação já seja bem diferente para os Jogos Olímpicos, em 2016, quando a cidade será o centro das atenções do mundo.

A proposta da empresa, já num primeiro momento, é criar possibilidades para que o fluxo de passageiros passe dos 17,5 milhões, em 2012, para mais de 60 milhões ao final da concessão. Para isso, a empresa prevê a entrega, em abril de 2016, de 26 novos portões de embarque, além de modernos estacionamentos. Os novos investimentos irão criar empregos e buscar transformar o Galeão num exemplo de terminal aeroportuário, como o de Singapura, administrado pelo grupo, que foi eleito pelo quarto ano seguido o melhor aeroporto do mundo. O grupo já recebeu mais de 450 prêmios de desempenho e eficiência.

- Estamos comprometidos com nossos parceiros (a parceria entre Changi Airport Group e Odebrecht TransPort possui 51% do Galeão, enquanto 49% continuam nas mãos da Infraero) para o fornecimento de uma infraestrutura que ofereça aos passageiros e visitantes uma experiência positiva e agradável. Estamos ansiosos para trabalhar com a Infraero para desenvolver um alto índice de eficiência operacional – frisou Lim Liang Song, executivo chefe do grupo Changi Airports International (CAI).

Para o executivo, a administração do Galeão será o primeiro passo na expansão dos investimentos internacionais do grupo. O presidente do Changi Airports Group (CAG), Lee Seow Hiang, afirmou que o mercado de aviação latino americano apresenta muitas oportunidades de crescimento. Hiang adiantou que esses investimentos significam o início de uma presença significativa em novos e importantes mercados, assim como permite que a companhia possa participar e contribuir para o desenvolvimento da aviação regional.

- Estamos ansiosos para transformar o aeroporto do Galeão em um vibrante e exitoso hub aéreo – disse Hiang.

O assessor da Odebrecht TransPort, Marcelo Pontes, foi contactado para dar mais detalhes dos projetos a serem desenvolvidos no Rio, mas não se pronunciou.

"PUXADINHOS" EM VÁRIOS ESTADOS

Obras do aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, só deverão ser entregues em 2017, para a Copa será construído um "puxadinho" (Foto: Ceara2014)

Faltando pouco tempo para a Copa do Mundo, menos de cinco meses, grande parte dos aeroportos brasileiros ainda apresenta problemas  ou encontram-se em obras. Na maioria das vezes, faltando 30% para a conclusão. Entretanto, o aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, é o que causa mais apreensão. Com apenas 25,1% das obras do novo terminal finalizadas, os passageiros que forem assistir ao jogos na capital cearense, sede da Seleção Brasileira, terão de se acostumar com uma estrutura provisória de lona. A informação foi passada pelo ministro da Aviação, Moreira Franco, que, durante visita ao aeroporto, avaliou o "puxadinho" em R$ 3,5 milhões.

- A estrutura provisória não é a situação ideal, nem a que gostaríamos de entregar, mas é a que temos para resolver o problema do atraso em Fortaleza", disse Moreira Franco.

Segundo nota publicada pela Infraero, com a entrega de parte das obras de reforma e ampliação do terminal, a capacidade do Pinto Martins será de 8,6 milhões de passageiros durante a Copa do Mundo, sendo que a demanda prevista para 2014 é de 6,8 milhões de embarques e desembarques naquele aeroporto. O prazo para a conclusão das obras do novo terminal foi transferido para 2017.

Os atrasos em obras em Salvador e Cuiabá também acenderam o sinal vermelho do Ministério, que, por enquanto, não fez nenhuma avaliação definitiva, mas a construção de "puxadinhos" não foi descartada.

Novo terminal de Guarulhos, em São Paulo, ainda está no esqueleto e companhias aéreas temem prazo (Foto: Funcef)

Nem o novo terminal do aeroporto internacional de São Paulo, em Garulhos, escapa da preocupação. Com um fluxo que deve ser um dos maiores na Copa, já que São Paulo irá sediar a abertura do grande evento, o novo terminal ainda parece um grande esqueleto. Companhias aéreas estão preocupadas com o deslocamento para novos portões, sem tempo suficiente antes dos jogos.

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