Turismo deixou de ser apenas lazer

Já foi o tempo em que Turismo era visto apenas como diversão. Há muito as maiores economias do mundo perceberam a importância do segmento na formação do Produto Interno Bruto (PIB), aumentando a geração de recursos, a criação de postos de trabalho e favorecendo o aparecimento de ilhas de desenvolvimento. A decisão do governo americano de fechar hoje 408 monumentos federais, incluindo a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (foto da Wikipedia), e inúmeros parques em todos os estados, mostra bem a força do setor num momento crucial de negociação com o Congresso.

O presidente Barack Obama encontrou um impasse para a aprovação da Lei de Serviços de Saúde Acessíveis (batizada de Obamacare), aprofundando com as promessas do presidente americano de controlar os gastos do Governo. Republicanos e Democratas travam um embate que já afeta a situação do Orçamento americano e tende a piorar nos próximos dias com a tentativa pelo governo de aumento da capacidade de endividamento. Caso não se chegue a um acordo sobre o aumento do teto da dívida, hoje em US$ 16,7 trilhões, iria afetar os compromissos já assumidos pelos Estados Unidos. Essa onda de choque econômico poderia abalar alicerces de diversos países e derrubando os mercados mundiais.

A expectativa da população é que tudo volte ao seu ritmo normal no curto prazo. Em política, tudo é possível. Até porque os prejuízos diários para a economia, estimados em torno de US$ 300 milhões, podem ser irrisórios num primeiro momento, mas funcionam como efeito cascata. Além disso, hoje estão fora de seus postos de trabalho cerca de um milhão de trabalhadores, em "folga não remunerada", o que significa perda de recursos para milhares de famílias e queda no rendimento do trabalhador que precisa pagar sua casa, escola de filhos e tantas outras despesas.

A utilização dos cartões postais americanos nessa guerra é uma jogada de mestre, colocando não apenas a população e os trabalhadores contra essa movimentação no Congresso, mas, principalmente, os turistas. Essa perda de divisas, com as visitações a memoriais, parques, bibliotecas, museus e monumentos, vai afetar a imagem do país e o bolso dos contribuintes. Agora é ver o quanto essa percepção do futuro pode ajudar na solução do problema. Ou, na pior das hipóteses, esperar por um impasse que levará, certamente, na diminuição de turistas e no endividamento do próprio americano, que não terá salário ao final do mês, caso a briga perdure. As cartas foram lançadas.

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